Conheci o trabalho de Hundertwasser há relativamente pouco tempo mas, desde logo, fiquei fã incondicional de tudo aquilo que fez. Admiro a forma como viveu e como apresentou os seus trabalhos. Há uns tempos fiz uma cópia em azulejos, de um trabalho seu, que na altura não sabia estar virada ao contrário. O desenho epintura são bastante minuciosos e demorei mais de um ano a conseguir terminá-lo. Comecei na escola Augusto Cabrita, no Barreiro e terminei-o mais tarde, já na escola da Bela Vista, em Setúbal. Aí faltava terminar as três últimas filas de azulejo, depois de as contornar e pintar, levei-as para a sala de Educação Tecnológica, onde está a mufla. Um dos professores dessa disciplina disse-me que tinha tudo o que era preciso para pôr a cozer os azulejos e, que o faria na manhã seguinte. Confiei, deixei o meu trabalho à sua guarda e, espanto meu, ele não tinha gazetes, nunca tinha cozido vidros coloridos e de efeito e dispôs os azulejos como se de loiça a secar se tratasse. Claro que quando a tinta fundiu, escorreu tudo e estragou-me o trabalho de um ano lectivo. O painel ficou sempre inacabado, é quase impossível refazer e acertar nas quantidades de corante novamente.
O R5 gostou dele mesmo assim e comprou-o.